Os
orangotangos são uma espécie de primata que teve sua população reduzida
à metade nos últimos 60 anos. Devido ao desmatamento, à caça e à
conversão de florestas em terrenos para atividade agropecuária, o número
desses animais chega hoje a apenas 20 mil em todo o mundo.
Ainda assim, espécimes são capturados para servirem
como diversão e para fins lucrativos na Tailândia e na Indonésia. Os
machos são treinados e colocados para se enfrentarem em ringues de boxe,
enquanto as fêmeas são usadas como escravas sexuais em bordéis nos dois
países do Sudeste Asiático.
É o caso de Pony, uma fêmea resgatada em 2003 por
membros da ONG Borneo Orangutan Survival (BOS), que salvaram a
orangotango de uma casa de prostituição em Bornéu, na Indonésia. Pony
estava acorrentada a uma cama, raspada, lavada, com batom nos lábios e
perfumada quando foi encontrada.
Pony, quando foi resgatada e em 2014, na ilha Bangamat - Imagens: Reprodução/BOS
Segundo a veterinária espanhola Karmele Llano, membro
da BOS, a prática de bordéis usarem esses animais como diversão sexual
para seus clientes é muito comum. O resgate da primata só foi possível
graças à contratação dos serviços de mais de 30 policiais, que invadiram
o local e foram ameaçados com facas pelos proprietários do
estabelecimento.
Hoje, a orangotango mora na ilha fluvial Bangamat,
onde vive com outros seis exemplares de sua espécie, todos salvos de
situações parecidas. Bangamat é uma das três ilhas utilizadas pelas
associações de defesa animal para a reintegração de espécimes à
natureza.
Os caçadores capturam os animais ainda jovens em
Sumatra ou Bornéu, muitas vezes matando a mãe para pegar os filhotes.
Segundo a associação Orangutan Conservancy, os orangotangos podem ser
extintos em apenas 10 anos, caso continuem a acontecer casos como o de
Pony.
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