O nosso corpo serve de lar para trilhões de bactérias, e só na nossa pele existe pelo menos mil de espécies delas coexistindo alegremente — sem falar nos cerca de 80 tipos de fungos diferentes que dividem o espaço com essas bactérias todas!
Mas antes de você começar a ficar com nojinho e correr para o chuveiro mais próximo, de acordo com o pessoal do The Huffington Post, os microrganismos que compõem a flora da pele ajudam a converter substâncias que são secretadas pelas células epiteliais em emolientes e antibactericidas naturais. Portanto, essa turminha também auxilia no combate dos microrganismos do mal que às vezes se instalam em nossos corpos.
Linhas de defesa
Ao longo do dia, nossos corpos vão coletando uma porção de microrganismos que “grudam” em nossa pele cada vez que tocamos os objetos que nos rodeiam, como maçanetas, controles remotos, celulares etc. O pior é que as nossas mãos ajudam a espalhar essa turminha de patógenos pelo resto do corpo — afinal, você já parou para pensar em quantas vezes você roçou os próprios lábios e coçou o nariz ou os olhos hoje?
Pois algumas dessas criaturas podem desencadear o surgimento de doenças — como a gripe e a diarreia, por exemplo —, além de afetar o equilíbrio natural da pele, facilitando a ocorrência de infecções.
Acontece que nem sempre o “exército” que ocupa a pele é suficiente para eliminar todos os patógenos que tentam montar acampamento no nosso organismo, especialmente aqueles que já se adaptaram para escapar do time de microrganismos que compõem a flora epitelial. E é aqui que entra a importância dos banhos, já que eles funcionam como uma segunda linha de defesa para combater os germes do mal.
A falta de banho também resulta no acúmulo de células mortas, suor, poeira e das próprias substâncias liberadas naturalmente pela pele. E como você pode imaginar, esses “ingredientes” todos dão origem a uma misturinha nada agradável, além de piorar condições crônicas como a acne e a foliculite. Sem falar que, com o tempo, o acúmulo dessa meleca toda pode levar ao surgimento da “dermatitis neglecta”, ou seja, crostas de sujeira sobre a pele.
Voltando ao óbvio
Além das questões que explicamos acima, os banhos, obviamente, servem para evitar que os nossos corpos fiquem fedidinhos. No entanto, apesar de muita gente acreditar que o odor corporal seja provocado pelo suor, a verdade é que essa substância não tem cheiro nenhum.
Chamado formalmente de bromidrose, o “bodum” surge quando as bactérias que vivem na nossa pele começam a se alimentar das proteínas e ácidos graxos presentes no suor, convertendo esses elementos em até 30 compostos químicos diferentes — e pouco cheirosos — que as axilas, os pés e outras partes do corpo exalam.
Antes de correr para o chuveiro
Vale destacar que, segundo detalhamos em matérias anteriores — que você pode acessar aqui e aqui —, tomar banhos demais também pode ser prejudicial. Exagerar na água e sabão faz com que os emolientes naturais produzidos pela pele sejam eliminados. Isso, por sua vez, pode provocar o ressecamento e o surgimento de pequenas fissuras e inflamações que tornam a pele mais vulnerável a infecções.
Os sabonetes antibacterianos também devem ser usados com parcimônia, já que esses produtos, além de tudo, podem eliminar as bactérias do bem que ajudam na defesa da nossa pele. Sendo assim, segundo os dermatologistas, o é importante focar nas áreas mais problemáticas, como a virilha, os pés, as axilas e o rosto.
Fonte(s)
Simplesmente adoro esse perfil. Sempre trazendo uma curiosidade bacana, em diferentes áreas, em linguagem acessível a qualquer pessoas, leigos ou não.
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