Ainda no campo da tecnologia, há menções igualmente distantes dos serviços hoje oferecidos pelo Netflix — isso em uma época em que nem mesmo a internet havia se popularizado. E disso se vai a assuntos mais sérios, drásticos, como o naufrágio do Titanic, descrito anos antes em um romance, sob o nome de “Titan”. O iceberg, os salva-vidas insuficientes... Estava tudo ali.
E daí se vai ao território mais familiar, com as interpretações duvidosas — mas nem por isso menos impressionantes — das obras legadas pelo francês Nostradamus ou de citações de médiuns mais atuais. Para quem puder acreditar, há ali o assassinato de John F. Kennedy, a ascensão e a queda de Adolf Hitler e seu Terceiro Reich, além de um atentado a bomba e o incêndio de amplas proporções que tomou Londres há alguns séculos. Confira abaixo.
O iPad espacial de Arthur C. Clarke
Embora tenha estreado nas prateleiras apenas em 2010, há quem diga que o Apple iPad já havia sido previsto muito antes disso. Para quem assistiu ao longa “2001: Uma Odisseia no Espaço”, de 1968, havia ali algo que realmente se parecia um bocado com o conceito do tablet da Maçã.Eis como o curioso aparelho foi descrito por Arthur C. Clarke em seu romance célebre: “Quando se cansava dos relatórios oficiais, dos memorandos e das minutas, [ele] pegava o seu Newspad, cujo tamanho era semelhante ao de uma folha de ofício, e o plugava no circuito de informações da espaçonave, a fim de receber as últimas novidades da Terra. Um por um, ele conjurava os mais famosos jornais do mundo.”
E a coisa fica ainda mais técnica. Clarke fala também que o astronauta, ao tocar na tela, fazia expandir a notícia escolhida, de forma que ocupasse a quase totalidade da tela, “de forma que ele pudesse ler confortavelmente”. Além disso, “quando tivesse terminado, ele podia simplesmente voltar para a página de manchetes, podendo escolher outro tema para exame detalhado”.
Além disso, os personagens do romance também podiam utilizar seus Newspads para assistir a vídeos via streaming. O mais curioso? A gadget fictício do filme foi citado até pela Samsung, conforme a companhia tentava se esquivar das acusações de infração de patente jogadas pela Apple sobre o Galaxy. Ok, faz sentido. Que Arthur C. Clarke processasse a Samsung, portanto.
Cartões de crédito do século XIX
Embora diversas fichas fossem utilizadas por comércios específicos para conceder crédito a seus clientes, o primeiro cartão de crédito plenamente funcional surgiu apenas em 1950, na forma do conhecido Diners Club. Não obstante, a existência de semelhante forma de pagamento já havia sido prevista mais de meio século antes.Em seu romance “Looking Backward”, de 1888, Edward Bellamy fala de um cartão que serviria como forma de “crédito universal”. No livro, os cidadãos de uma cidade futurística o carregam para ganhar acesso imediato a créditos guardados por um banco central. O cartão podia ser utilizado em comércios públicos encontrados em qualquer comunidade, a fim de adquirir “o que ele quisesse e quando ele quisesse”.
“Esse arranjo, como se vê, elimina totalmente a necessidade de transações de negócio entre indivíduos e consumidores”, o texto continua. Enfim, agradeça ao Sr. Backward pela possibilidade de parcelamentos obscenos e de compras sem dinheiro vivo. Obviamente, a necessidade já vinha de longa data.
O Netflix de Roger Ebert
Em 1987, o crítico de cinema Roger Ebert concedeu uma entrevista à revista Omni, durante a qual foi perguntado sobre o que esperava para o futuro do casamento entre a tecnologia e os filmes. Para ele, haveria “televisores wide-screen de alta definição” e também “um sistema de discagem ativado por botão que permitirá que você escolha o filme que quer no momento em que quiser”.Mas as capacidades premonitórias de Ebert não ficaram apenas nos “nascimentos”. O crítico também predisse o fim das locadoras de mídias físicas, além de ter cunhado o termo “filmes sob demanda” (movies on demand) — embora também tenha falado da ascensão de “filmes armazenados em CDs”, ou os DVDs.
Quanto ao Netflix propriamente dito, este assumiria o serviço de vídeos por streaming apenas em 2007 — 20 anos depois da famosa entrevista, portanto.
Celulares e fotografia digital em 1900
Se os 20 anos antes de Roger Ebert já lhe impressionou (acima), então confira esta. Em uma edição de 1900 do periódico Ladies Home Journal, a coluna intitulada “O que pode ocorrer nos próximos 100 anos”, do engenheiro civil John Elfrath Watkins Jr., lançou uma série de previsões de precisão notável. Entre elas, a fotografia colorida digital e até mesmo o surgimento dos celulares.“As fotografias serão telegrafadas a qualquer distância”, disse Watkins. “Caso haja uma batalha na China daqui a cem anos, fotos dos seus eventos mais relevantes serão publicadas nos jornais apena suma hora depois.” Além disso, “as fotografias vão reproduzir todas as cores da natureza”.
No que se refere aos celulares, o engenheiro escreveu que “telefones sem fio e circuitos telegráficos vão tomar o mundo”, incluindo um exemplo: “Um marido no meio do Atlântico será capaz de conversar com sua mulher sentada em seu quarto, em Chicago”.
Vale notar que o primeiro telefone celular fez sua primeira chamada apenas em 1973 — em um modelo que pesava mais de um quilo. Caso se considere o primeiro aparelho capaz de tirar fotos, esse foi surgir no Japão apenas no início de 2000 — embora a primeira fotografia digital colorida date de 1975.
O naufrágio do Titan
Não, não se trata de nenhum apelido carinhoso para o malfadado colosso afundado no início do século passado. Mas as semelhanças são notáveis, de fato. Titan também se chocou contra um iceberg no Atlântico Norte. Igualmente, a falta de salva-vidas acabou resultando na morte de cerca de metade de sua tripulação. Além disso, a embarcação também havia desafiado o Cosmos ao carregar consigo a propaganda de que nada poderia afundá-lo.Curiosamente, entretanto, o Titan é um navio fictício, cuja história foi contada ao longo do romance “Futility, Or the Wreck of the Titan”, escrito em 1898 por Morgan Robertson, 14 anos antes da tragédia envolvendo o Titanic.
E até as medidas eram semelhantes: 269 metros (Titanic) e 244 metros (Titan). Isso para não mencionar o número de passageiros — 2,5 mil no Titanic e 2,2 mil no Titan.
“Um democrata será eleito e assassinado”
Seis anos antes da fatídica trajetória de John F. Kennedy em seu carro de capota aberta, a médium Jeane Dixon havia compartilhado uma previsão funesta com os leitores da Parade Magazine. Em edição de 1956, ela dizia que as eleições presidenciais seriam vencidas por um democrata, mas que esse seria “morto ou assassinado em cumprimento do seu ofício”.De fato, tendo sido eleito em 1960 pelo Partido Democrata, Kennedy acabou assassinado em 22 de novembro de 1966 diante de dezenas de olhares horrorizados e lentes de câmeras fotográficas. Cerca de uma hora depois, Lee Harvey Oswald era detido pelo assassinato de um oficial de polícia. Oswald foi alvejado enquanto era conduzido até sua cela em um presídio de Dallas (Texas, EUA), apenas dois dias depois.
Atentado a bomba em Oklahoma
Talvez a previsão confirmada em intervalo mais curto dessa lista, o atentado a bomba ocorrido no centro de Oklahoma City (Oklahoma, EUA) foi antevisto apenas 1h30 antes de realmente mandar boa parte de um edifício federal pelos ares. O fato havia sido antecipado pela médium Tana Foy durante entrevista para uma rádio. Foy havia mencionado que algo assim poderia ocorrer “dentro de um ano”.Os ataque ocorreu em 19 de abril de 1995 em uma ação de um grupo de conspiradores liderados por Timothy McVeigh. O resultado foram 168 pessoas mortas e aproximadamente 700 feridas.
Incêndio em Londres o III Reich
O catastrófico incêndio ocorrido em Londres durante o século XVII foi previsto aproximadamente 100 anos antes pelo célebre Michel de Nostredame — o Nostradamus. Entre suas profecias escritas entre 1550 e 1568, o vidente afirmou que “O sangue dos justos será exibido em Londres, queimado no fogo no ano 66.” De fato, o fogo tomou a cidade no ano de 1666, destruindo cerca de 70 mil lares.Já o livro “Os Séculos, Nostradamus escreveu: “Bestas ferozes e famintas cruzarão os rios. A maior parte do campo de batalha ficará contra Hister. Em uma jaula de ferro o grande será criado, quando a criança da Alemanha nada observar”.
Naturalmente, não falta quem interprete que “Hister” se refere, na verdade, a Adolf Hitler, enquanto outras referências mencionam um líder cruel surgido na Europa Ocidental. Não obstante, há quem diga que muito dos textos originais de Nostradamus acabou perdido em traduções, e que tudo não passa de uma série de coincidências.
Fonte(s)
Leitor Colaborador
Hallison Francisco da Silva, Augusto Oliveira
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