Conheça 3 dos casais mais cruéis de todos os tempos

Segundo o FBI, apenas nos Estados Unidos, 90% dos assassinatos são cometidos por homens. Além disso, serial killers, por serem sociopatas, agem sempre sozinhos. Por isso, casos como o tiroteio que matou 14 pessoas na Califórnia, protagonizado pelo casal Syed Farook, de 28 anos, e Tashfeen Malik, de 27, além de outros casais que matam em série, acabam ganhando destaque na mídia e despertando a curiosidade das pessoas.
O casal criminoso mais famoso de todos os tempos é, sem dúvidas, Bonnie e Clyde. Sua história, que inspirou vários filmes, ficou marcada por assaltos e fugas incessantes, que deixaram nove policiais e muitos outros civis mortos. O fim do caso de amor com o crime acabou em 1934, quando o casal foi alvejado mortalmente pela Polícia Estadual de Texas e Louisiana, enquanto dirigiam um carro roubado.


Desde então, outros casais ficaram famosos por seus crimes que marcaram para sempre a história policial. Confira alguns deles:

 1. Paul Bernardo e Karla Homolka

Em 1987, a cidade de Scarborough, subúrbio de Ontário, Canadá estava alerta: um estuprador em série estava atacando meninas adolescentes. A polícia afirmava que o suspeito estaria se aproveitando de ruas pouco movimentadas para abordar jovens que desciam dos ônibus durante a noite. As duas primeiras vítimas foram à polícia, mas, em seus relatos, não souberam descrever a aparência do agressor.
Paul Bernardo, de 23 anos, era um jovem charmoso, bem de vida, que sabia como seduzir as pessoas. Mas sua família e seus amigos não poderiam imaginar o que se escondia por trás de sua boa aparência. Segundo autoridades, aquele era um jovem psicopata, narcisista e sádico sexual, que tinha uma verdadeira obsessão pelo poder e, por isso, gostava de atacar garotas virgens. 
 
Paul Bernardo
Em outubro do mesmo ano, enquanto ainda preparava os ataques, Paul conheceu a jovem Karla Homolka, que estava na cidade para um congresso. Rapidamente, Paul se aproximou e seduziu a jovem.
Mesmo durante o namoro, Paul não se sentia sexualmente satisfeito e continuou com seus crimes. Só após ter feito mais de 10 vítimas é que uma delas conseguiu fazer a descrição de sua aparência à polícia. O retrato falado ficou tão fiel a Paul, que muitos de seus amigos começaram a fazer piada com o ocorrido. Mas uma mulher levou a coincidência a sério e o delatou para as autoridades. Assim como quase outros 300 suspeitos, Paul foi a delegacia prestar depoimento, mas seu jeito simpático fez com que a polícia não desconfiasse de nada.
 
Karla Homolka
Com receio, Paul resolveu ir morar com a família de Karla, na cidade de St. Catharines, no interior do Canadá. Em pouco tempo, ele começou a demonstrar interesse por Tammy, a irmã de 15 anos de Karla. Sem nenhum receio, ele confessou à namorada seu interesse sexual na garota e a convenceu a ajudá-lo em seu plano.
Karla, que trabalhava em uma clínica veterinária, roubou alguns sedativos de uso animal para utilizar em sua irmã. Em uma noite, enquanto a família dormia, Paul, Karla e Tammy resolveram beber alguns drinks, e o casal decidiu que esse era o momento perfeito para drogar Tammy e executar o plano. Como o esperado, a garota apagou completamente, e Paul realizou o abuso. Inesperadamente, Tammy começou a passar mal e acabou aspirando o próprio vômito para dentro dos pulmões. 
 
Karla e sua irmã Tammy
Sem outra alternativa, o casal teve que chamar uma ambulância. Três horas depois, Tammy morreu no hospital, e os médicos concluíram que a causa havia sido o consumo excessivo de álcool. Paul passou a culpar Karla pela morte da irmã, e ela, desesperada, tentou de tudo para recuperar a confiança do namorado. Ela chegou a assistir ao vídeo do estupro da irmã e vestir as roupas dela. O segredo da morte os unia ainda mais.
Mesmo em meio ao luto, o casal saiu da casa dos pais de Karla e planejou uma grande festa de casamento. A certeza de que Karla faria tudo para manter o romance fez com que Paul ganhasse ainda mais confiança e contasse à namorada que gostaria de trazer pessoas diferentes para ter relações sexuais em sua própria casa.
Sem ser contrariado por Karla, Paul logo escolheu sua próxima vítima: uma garota de 15 anos que, depois de ser raptada na rua, passou dois dias sendo violentada. No mesmo dia em que a polícia encontrou o corpo da jovem, Karla e Paul se casaram em uma luxuosa cerimônia. 
 
Casamento de Karla e Paul
Ao voltarem da lua de mel, o casal viu no noticiário as investigações sobre a morte e, novamente, Paul culpava Karla por não ter auxiliado a esconder o corpo corretamente. Agora, além da agressão psicológica, ele passa a bater nela.
Depois de 9 meses, ao perceber que as investigações não chegavam a lugar algum, Paul resolveu agir de novo. O casal foi até uma escola, e Karla chamou uma garota, fingindo estar perdida. A jovem passaria por momentos de tortura e assédio na casa do casal, até ser jogada, já morta, em um rio.
A mídia noticiou constantemente os casos, e um homem, perturbado com os fatos, foi até a polícia dizer que seu amigo podia ser o culpado pelos crimes, colocando Paul Bernardo no centro das investigações.
Ao saber que era suspeito, Paul novamente castigou e agrediu Karla. Dessa vez, ele bateu tanto nela com uma lanterna, que deixou marcas horríveis em seu rosto. Ao ver a situação da filha, a mãe a convenceu a denunciar o marido, então ela passou a juntar provas contra Paul.
 
Karla após ser agredida por Paul
Ao mostrar que queria colaborar com as investigações, Karla conseguiu um acordo com a polícia, dizendo que o marido era culpado de tudo e que só obedecia a suas ordens para não apanhar.
Em 1993, Paul foi julgado por dois homicídios em primeiro grau, e Karla, em troca do testemunho, por dois homicídios involuntários. Paul Bernardo foi condenado à prisão perpétua enquanto ela cumpriu apenas 12 anos de prisão. Porém, quando as fitas de vídeo comprovando os crimes foram finalmente encontradas, todos ficaram revoltados ao descobrirem a real participação dela no crime: Karla havia estuprado as meninas tanto quanto o marido.
Em 4 de julho de 2005, Karla saiu da prisão após ter cumprido a sua pena e hoje leva uma vida normal.
 
As vítimas de Paul e Karla

2. Ian Brady e Myra Hindley

Era 7 de outubro de 1965 quando a polícia recebeu a ligação de um homem extremamente nervoso. Ele dizia ter visto seu cunhado e a esposa dele cometerem um crime terrível: o assassinato do jovem Edward Evans.
A polícia imediatamente foi à casa de Ian Brady e Myra Hindley para investigar a denúncia e encontrou o corpo do adolescente. Este seria apenas o início de uma série de descobertas chocantes. 
 
Ian e sua esposa, Myra
Durante as buscas na casa do casal, a polícia encontrou o canhoto de um guarda-volumes, com o endereço de uma estação de trem. Ao buscarem a mala, os investigadores se depararam com todas as fotos e gravações dos últimos minutos de vida da jovem Lesley Ann Downey, de apenas 10 anos, que estava desaparecida.
As imagens os levaram a um pântano da cidade, onde esperavam encontrar mais pistas sobre esse e mais outros quatro casos que envolviam crianças desaparecidas na região. Eles acharam os corpos de Lesley Ann Downey e de John Kilbride.
 
Lugar onde o casal enterrava as crianças
Era a primeira vez na Inglaterra que uma mulher se envolvia em crimes de estupro, tortura e assassinato em série. A vida proporcionada por sua avó tornou Myra um tanto arrogante, e ter uma vida normal, com casamento e filhos, não parecia ser o suficiente para ela. Em seu emprego como secretária, Myra conheceu Ian Brady e logo se apaixonou por ele. Porém, acredita-se que Ian era homossexual e, por isso, não prestava muita atenção nela. Mas tudo mudou na festa de Natal da empresa, quando os dois ficaram juntos e ele começou a doutriná-la com sua visão de mundo. 

Ian Brady era fã de Hitler e do Marquês de Sade e incentivava Myra a ler suas obras. Além disso, ele a convenceu de que Deus não existia e que estupro e assassinato eram os prazeres supremos.
Em 1963, Ian planejou um assalto e deixou Myra encarregada de dirigir o carro na fuga. Ela aprendeu a dirigir, entrou para o clube de tiro e comprou duas armas. O assalto nunca existiu — era só um pretexto para ver como ela se sairia.
Tendo certeza de sua fidelidade, Ian soube que Myra estava pronta para o seu primeiro crime. Pauline Reade, de 16 anos, estava a caminho de uma festa quando Myra, que era sua conhecida, pediu que ela a ajudasse a procurar uma luva. Aquele era apenas um golpe, e Myra a levou até um pântano, onde a garota foi estuprada e assassinada. 
 
As vítimas do casal
A próxima vítima seria o pequeno John Kilbride, de 12 anos. Myra o raptou no mercado onde ele trabalhava e o levou para o mesmo local do primeiro crime. Ao total, o casal foi responsável pelo sequestro, abuso e assassinato de cinco crianças.
Ian foi condenado a três prisões perpétuas e Myra, a duas. Até hoje se discute se Myra já era uma pessoa má ou se foi influenciada por Ian.

 3. Charlene e Gerald Gallego

Em 1980, uma série de crimes brutais no Estado da Califórnia, Estados Unidos, ficou conhecida como os “assassinatos de escravas sexuais”. Corpos de jovens foram encontrados amarrados em diferentes pontos do país. Elas haviam sido sequestradas, estupradas, espancadas e assassinadas.
Linda Aguilar tinha 21 anos e estava grávida de 5 meses de seu primeiro filho. Em 7 de junho de 1980, enquanto seu namorado, que era pescador, trabalhava, ela precisou ir a uma consulta e resolveu tentar uma carona, próximo à Praia do Ouro. 
Linda Aguilar
Preocupado com sua demora, o namorado de Linda foi à polícia, e logo todos da região se questionavam sobre o paradeiro da moça. Um morador contou aos investigadores que havia visto uma mulher com as características de Linda entrando em uma van na estrada.
Duas semanas depois, dois turistas estavam passeando em uma praia com seu cachorro quando encontram um corpo semienterrado na areia, com as mãos atrás das costas e as pernas amarradas. Uma autopsia revelou a brutalidade do crime: pela quantidade de areia encontrada nos pulmões, a mulher teria sido enterrada vida. Era o corpo de Linda Aguilar.
 
Van usada nos crimes
As cordas usadas no crime eram semelhantes às que os pescadores utilizam, colocando o namorado de Linda como possível autor do crime. Após semanas de investigações e sem nenhuma prova, os policiais o retiraram da lista de suspeitos.
A única testemunha do caso foi submetida a uma sessão de hipnose e revelou que haviam duas pessoas na van: um homem como motorista e um acompanhante de menor estatura. Sem nada concreto, a polícia acabou arquivando o caso. Enquanto isso, a misteriosa van agia novamente.
Virginia Mochel, 34 anos, era uma mãe dedicada que trabalhava em um bar à noite para prover o sustento de seus filhos. Em uma noite, Virginia acabou ficando sozinha para fechar o estabelecimento e, assim que chegou ao seu carro no estacionamento, foi abordada por um desconhecido. Quando perceberam que Virgínia não voltou para casa, seus parentes e amigos foram à polícia denunciar o desaparecimento. Seu carro foi encontrado aberto em frente ao bar. Pouco tempo depois, seu corpo foi localizado no rio Sacramento. Suas mãos também estavam amarradas, mas dessa vez com linha de pesca.
Craig Miller e Mary Elizabeth Sowers eram estudantes e estavam noivos. Em uma noite, após sair de um jantar, o casal foi abordado no estacionamento e obrigado a entrar em um carro, enquanto um desconhecido apontava uma arma para eles. Um amigo de Craig viu a cena e, sem conseguir impedir o sequestro, se dirigiu à polícia com os dados da placa do veículo. A investigação apontou que o carro estava em nome de Charlene Williams, uma jovem de 24 anos, filha de uma família bem-sucedida da região. 
Craig Miller e Mary Elizabeth Sowers
Ao ir à casa da jovem, a polícia encontrou estacionado um veículo com as mesmas características descritas pela testemunha do sequestro. Ao questionarem Charlene, a jovem disse que na noite do crime estava com seu namorado e que os dois teriam saído com outro carro, que também se encontrava na garagem da residência.
Enquanto a polícia investigava Charlene, mais um corpo foi encontrado. O jovem, morto a tiros, logo foi identificado como Craig Miller. Mesmo com a descoberta do corpo, não havia nenhuma pista sobre o paradeiro de sua noiva. 
Charlene Williams
Ao investigarem a placa do outro veículo, que seria do namorado de Charlene, os policiais descobriram que ele constava em nome de Stephen Robert Feil, um homem que estaria ligado a investigações sobre o assassinato de Virgínia.
Os pais de Charlene foram então à delegacia com uma revelação surpreendente: Stephen Feil era apenas um pseudônimo usado pelo namorado de sua filha. Seu verdadeiro nome é Gerald Gallego. Os investigadores logo descobriram que Gallego tinha uma extensa ficha criminal, incluindo assaltos, estupros e violência sexual infantil. 
Gerald Gallego
A polícia acreditava que Gerald, com a ajuda de Charlene, estaria por trás dos sequestros e assassinatos dos últimos meses. Durante a investigação, o casal desapareceu e passou a ser considerado foragido.  
Depois de muitos dias de fuga, o casal ficou sem dinheiro e foi obrigado a entrar em contato com a família de Charlene. Eles marcaram um ponto de encontro em Nebraska, onde ela poderia pegar a quantia necessária para continuar a fuga. Foi então que a mãe de Charlene entrou em contato com a polícia, que cercou o local à espera dos fugitivos.
Charlene e Gerald Gallego
Eles foram presos, levados à delegacia e logo passaram a trocar acusações. Nesse período, o corpo de Mary Elizabeth Sowers foi finalmente encontrado.
Acreditando que a jovem teria envolvimento indireto com os crimes, os policiais ofereceram um acordo a Charlene, que decidiu testemunhar contra Gallego. Ela fez uma lista detalhada dos crimes que ele cometeu, o que chocou os investigadores.
Charlene contou que, pouco depois de se conhecerem, Gerald passou a compartilhar suas fantasias sexuais com ela. Uma delas envolvia ter sua própria coleção de escravas sexuais, portanto, por insistência de Gallego, eles compraram uma van com uma cama, para que perseguissem e atacassem mulheres. Ao contrário do que a polícia imaginava, Linda não foi a primeira vítima do casal.
Dois anos antes, Charlene começou sua função de atrair meninas, levando-as para a van, onde o namorado iria abusar sexualmente, espancar e matar as jovens. Segundo ela, esta foi a ordem dos assassinatos:    
Em 1978, Charlene se aproximou de Kippi Vaught, 16 anos, e Rhonda Scheffler, 17 anos, em um shopping.
Em 1979, Brenda Judd, de 14 anos, e Sandra Colley, de 13 anos, foram raptadas em uma feira, no condado de Nevada.
Em 1980, as jovens Stacey Redican e Karen Chipman Twiggs foram pegas em um shopping, da Califórnia. 
Algumas das vítimas do casal
Em novembro de 1983, aconteceu o julgamento do caso: Gallego foi condenado à morte, na câmera de gás, na Califórnia. Em Nevada, ele recebeu uma segunda sentença de morte. Já Charlene, como parte do acordo, recebeu apenas 16 anos de prisão. Em 2002, após recorrer da decisão várias vezes, Gallego acabou morrendo na prisão devido a um câncer.

Fonte(s)

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